Hoje, inaugurámos uma rúbrica intitulada "Homem biónico" através da qual trataremos de falar sobre os dispositivos que se encontram à disposição dos médicos e cujo objectivo é tratar certas doenças, ou pelo menos, melhorar, nem que seja um pouco, a qualidade de vida às pessoas nas quais são implantados.
Tentaremos, semanalmente ou de duas em duas semanas, publicar um novo artigo. Esta semana, vamos tratar de bandas gástricas.
As bandas gástricas (ajustáveis) são uma das soluções extremas existentes para combater a obesidade mórbida em indivíduos com índice de massa corporal superior aos 35 ou 40 ou então que apresentam complicações resultantes desta doença.
As pessoas que se sujeitam à cirurgia de implantação têm, obrigatoriamente, que adoptar uma atitude de compromisso e assegurar aos seus médicos a mudança do seu comportamento. A banda gástrica, por si só, não resolve todos os problemas relacionados com a obesidade e por isso, o paciente tem que ter a capacidade e a predisposição para mudar os seus hábitos alimentares e praticar exercício físico após a intervenção.
São uma das várias opções restritivas em cirurgia bariátrica (conjunto de técnicas cirúrgicas que visam a diminuição do peso). Restritiva, porque é feita uma restrição à quantidade de alimentos que podem entrar no estômago.
Estes dispositivos, feitos em silicone, consistem em balões com forma de anel, que são colocados em volta da parte superior do estômago de maneira a apertá-lo. Estes estão ligados, por intermédio de um tubo (também de silicone) a botões de metal e plástico que ficam por baixo da pele e gordura do paciente, fixos no músculo do abdómen. Estes botões podem ser alcançados por agulhas extremamente finas administradas pelo médico, através das quais é injectada água destilada, de modo a que se possa insuflar mais ou menos o balão constituinte da banda gástrica e desta forma, apertar mais ou menos o estômago. A obstrução à passagem do alimento da parte alta para a parte baixa do órgão pode assim, ser controlado, além de que o paciente fica com a sensação de estar saciado e consequentemente, ingere menos alimentos.
Hoje em dia, esta cirurgia é feita por laparoscopia. A laparoscopia é uma cirurgia pouco evasiva, pois apenas se fazem pequenos furos no corpo do paciente, sem ter de abrir o abdómen.
Depois disto, tudo fica a cargo da cooperação e do "bom comportamento" do paciente.
O tipo de cirurgia acima referido insere-se num de três tipos de cirurgias para combater o excesso de peso (Bariáticas); Apresentamos alguns exemplos das cirurgias mais utilizadas.
- RESTRITIVAS
. Banda Gástrica Ajustável: Feita de silicone, insuflável sendo possível enchê-la e esvaziá-la ao longo do tempo de tratamento. São apenas necessários alguns furinhos no abdómen do paciente (devido às evoluções que sofrera), é uma técnica revolucionária realizada através da Laparoscopia tal como no caso da gástroplastia vertical, como foi referido no artigo anterior.
. Gástroplastia Vertical Anelada: A parte superior do estômago é "agrafada" e apertada com uma espécie de anel de forma a que um pequeno fragmento do estômago fique a trabalhar. O resultado é uma sensação de saciedade permanente.
- MISTAS
. Bypass Gástrico: Faz-se um corte na parte superior do estômago, diminuindo a capacidade deste. Assim faz-se a passagem directa dos alimentos para meio do intestino delgado, diminuindo 75cm a 1,50m de absorção.
- MENOS AGRESSIVAS
. Balão intra-gástrico: É fabricado em silicone e introduzido no estômago por via endoscópia. O seu papel é preencher a cavidade do estômago criando um efeito de saciedade quase permanente.
Como todo procedimento médico, a cirurgia no obeso traz consigo uma série de riscos.
O risco de vida é o mesmo de qualquer operação de grande porte (menor que 0,5%, isto é, aproximadamente, 1 morte a cada 200 cirurgias), mas existe e deve ser considerado. Por vezes a mortalidade é precedida de reoperações, longos períodos em UTI (unidade de terapia intensiva), com sofrimento e pesar para todos.
Portanto, a cirurgia para tratamento da obesidade mórbida, deve ser bem avaliada pelo paciente e familiares, que devem estar conscientes dos riscos de mortalidade e complicações.
As principais causas de mortalidade são:
Deiscência, que é a abertura de um ponto nas suturas do estômago ou intestino, levando a saída de liquido para a cavidade abdominal, causando peritonite e septicemia (infecção generalizada). Isto pode levar o paciente a nova cirurgia, para reparar esta abertura, mas mesmo assim pode causar a morte.
Embolia pulmonar (sangue coagulado nos pulmões) que é o "entupimento" de uma ou várias artérias que irrigam o pulmão, e algumas vezes pode levar o paciente à morte por insuficiência respiratória.
Outras causas, bem menos comuns como: insuficiência respiratória, enfarte do miocárdio, insuficiência renal, também podem levar o paciente a morte.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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