quarta-feira, 26 de maio de 2010

Metade dos doentes com esclerose múltipla está inactiva


Hoje é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Doentes consideram que um maior apoio da entidade patronal, maior conhecimento dos colegas sobre a doença (ou mudanças nas condições físicas de trabalho teriam ajudado a manter o emprego. Também a existência de períodos de descanso, horário flexível, diminuição da quantidade de trabalho e redução de horário teriam contribuído para estes pacientes permanecerem na vida activa.

Mais de metade das pessoas com esclerose múltipla encontra-se inactiva, sendo que grande parte considera ter sido forçada a reformar-se antecipadamente, segundo um estudo ontem divulgado baseado em 482 inquéritos. A esclerose múltipla é uma doença crónica que afecta o sistema nervoso central, sendo degenerativa e interferindo com a capacidade de controlar funções como a visão, locomoção e equilíbrio.
A análise promovida pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e divulgada a propósito do Dia Mundial da Esclerose Múltipla, que hoje se assinala, concluiu que “a grande maioria dos cidadãos” com esta doença foi despedido ou forçado a reformar-se antecipadamente. Embora inactivos, quase 30% considera-se apto a trabalhar. Do total de pessoas que não trabalham, mais de 41% foram despedidas ou reformaram-se antecipadamente, 33% desistiram por falta de capacidade para trabalhar e 15,7% atingiram o limite de baixa por doença.
O estudo indica ainda que cerca de um quarto dos inquiridos considera que um maior apoio da entidade patronal (22,6%), maior conhecimento dos colegas sobre a doença (24,5%) ou mudanças nas condições físicas de trabalho (28%) teriam ajudado a manter o emprego.
Também são apontados outros factores que ajudariam a garantir o trabalho como: existência de períodos de descanso, horário flexível, diminuição da quantidade de trabalho e redução de horário.
O trabalho pode funcionar como terapia, mas falta a vontade dos empregadores. "A grande dificuldade é alterar toda uma estrutura de trabalho já instalada", aponta Manuela Neves, directora da SPEM. "Não temos cultura cívica porque os patrões não pensam que poupam dinheiro ao Estado ao contratá-los", nota. Segundo a Entidade Reguladora de Saúde, o tratamento de um doente custa anualmente entre 11,5 e 23 mil euros. A maioria dos casos de discriminação ocorre por desconhecimento da doença, que implica menos produtividade. "Em cinco anos, foram poucos os empregadores que ligaram a perguntar o que podem fazer", confirma a assistente social Rita Terrenas.
Para evitar que doentes com vontade de trabalhar peçam a reforma, a SPEM assinou um protocolo com a Operação Emprego Deficientes e vão criar bases de dados que liguem entidades patronais e doentes.
A lei prevê benefícios para quem contrate pessoas com deficiência mas, na prática, as verbas para adaptar postos de trabalho não são atribuídas, critica Manuela Neves. Outro problema é a medicação. "Só pode ser dispensada nos hospitais e muitas vezes os doentes fazem quilómetros para adquirir os medicamentos".
O estudo “Empregabilidade e esclerose múltipla”, elaborado durante o mês de Abril, foi baseado em questionários a doentes que são sócios da sociedade promotora da análise. Em Portugal existem mais de cinco mil doentes com esclerose múltipla, 3.500 dos quais são mulheres.
Segundo a SPEM, os primeiros sinais da doença manifestam-se frequentemente entre os 20 e os 40, embora possa começar tanto na infância como nos idosos. Os sintomas são muito variáveis e vão desde a perda de força muscular nos braços e pernas, fadiga até à perda de equilíbrio.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/nacional-1/31402-metade-dos-doentes-com-esclerose-multipla-esta-inactiva"

Cientistas descobrem pista para sucesso de transplante renal


Marcadores prevêem nível de rejeição

Descoberta permitirá aos médicos definir um tratamento mais personalizado para os doentes transplantados e reajustar com maior precisão a quantidade de imunossupressores necessária.


Cientistas europeus identificaram uma série de marcadores sanguíneos em doentes renais transplantados que poderão ajudar a prever o grau de rejeição do novo órgão e, assim, identificar quais os pacientes que necessitam de tratamento anti-rejeição mais agressivo. Segundo o estudo publicado no Journal of Clinical Investigation, esta descoberta permitirá aos médicos definir um tratamento mais personalizado para os doentes transplantados e reajustar com maior precisão a quantidade de imunossupressores necessária para evitar a rejeição do órgão. Os investigadores, liderados por Maria Hernandez-Fuentes, analisaram vários grupos de doentes submetidos a transplante renal na Europa, incluindo 11 pacientes que deixaram de tomar imunossupressores após o transplante, sem ter ocorrido rejeição do rim. A análise exaustiva ao sangue destes doentes permitiu identificar diferenças nos seus sistemas imunitários, indicando que possuem uma “tolerância natural” à intervenção. “É possível que existam muitos mais doentes que poderiam reduzir ou até mesmo abandonar a medicação se pudéssemos averiguar se os seus sistemas imunitários são semelhantes ao destes pacientes”, afirmam os investigadores.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/internacional-1/31373-cientistas-descobrem-pista-para-sucesso-de-transplante-renal"

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Identificada substância que provoca o medo


Cientistas vão agora realizar testes em humanos

Investigadores identificaram uma substância responsável pelo sentimento de medo, que pertence ao grupo das proteínas maioritárias da urina.

Investigadores brasileiros e norte-americanos detectaram uma feromona, segregada por vários predadores, que está associada ao medo. De acordo com os investigadores, existe um órgão localizado no nariz, o vomeronasal, que é responsável por comportamentos sexuais ou de agressividade e que está ligado a neurónios que detectam as moléculas que induzem o medo. Para chegarem a esta conclusão, os especialistas recorreram a roedores geneticamente manipulados, cujo órgão vomeronasal não tinha nenhuma função. Os testes realizados nos animais permitiram identificar uma substância responsável pelo sentimento de medo, que pertence ao grupo das proteínas maioritárias da urina (MUP), segregadas na urina, na saliva, no suor e no sangue. Durante os próximos três anos, os investigadores pretendem debruçar-se sobre o processo da actividade eléctrica no cérebro humano que dá origem ao sentimento de medo. Para os cientistas, o sistema olfactivo é um óptimo modelo para estudar a ligação entre estímulo e comportamento independente da aprendizagem e da memória. Este estudo irá contribuir para um melhor conhecimento sobre a forma como as informações sensoriais são processadas no cérebro humano e quais as suas influências nas fobias, stress pós-traumático ou esquizofrenia.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/internacional-1/31277-identificada-substancia-que-provoca-o-medo"

Esclerose múltipla: tabaco afecta eficácia do tratamento


A equipa de esclerose múltipla do Hospital dos Capuchos descobriu que o tabaco tira eficácia aos medicamentos para tratar aquela doença do sistema nervoso central, num estudo que será publicado no jornal oficial da Sociedade Europeia de Neurologia. O neurologista Armando Sena disse à agência Lusa/DD que o estudo, a publicar na próxima edição do Journal of Neurology, é "um pequeno contributo" que a equipa dos Capuchos dá para "conhecer melhor a doença e tratar melhor os doentes". "O fumo pode estimular a produção de anticorpos que podem anular o efeito dos medicamentos", referiu, acrescentando que "ainda ninguém tinha olhado para essa possibilidade". Os medicamentos usados no tratamento da doença (interferrão-beta) deverão ter uma "revolução a partir do próximo ano", indicou ainda Armando Sena, referindo-se ao aparecimento de medicamentos orais. "O tratamento por injecção não é fácil, há muitos doentes que não reagem bem a serem injectados", explicou. Em Portugal, estima-se que haja entre cinco e dez mil pessoas afectadas pela doença, com 300 novos casos a surgirem todos os anos.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/rss/31282-esclerose-multipla-tabaco-afecta-eficacia-do-tratamento"

domingo, 23 de maio de 2010

Hormona sexual explica risco de cancro hepático nos homens


Em pessoas diagnosticadas com hepatite B

Vírus da hepatite B possui uma sequência genética que o atrai para os receptores de androgénio. Esta ligação desencadeia uma série de danos no tecido do fígado.

As hormonas sexuais masculinas poderão ser a razão pela qual os homens, diagnosticados com hepatite B, sejam mais propensos a desenvolver cancro hepático do que as mulheres, concluiu um estudo realizado por investigadores tailandeses. Num relatório publicado na revista Science Translational Medicine, os especialistas explicam que o vírus da hepatite B, antes de danificar o tecido hepático e provocar cancro, liga-se aos receptores de androgénio. “Esta descoberta sugere que os medicamentos que destruam os receptores de androgénio poderão ser um caminho eficaz no combate contra o cancro hepático em estágio inicial”, escrevem os autores, da Universidade Nacional de Cheng Kung. Segundo os investigadores, o vírus da hepatite B tem uma sequência genética que o atrai para os referidos receptores, provocando uma série de danos no tecido do fígado. Testes efectuados em roedores geneticamente manipulados revelaram que 90% dos animais portadores de receptores de androgénio desenvolveram cancro hepático. O mesmo foi observado em apenas 27% dos roedores que não possuíam estes receptores.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/internacional-1/31223-hormona-sexual-explica-risco-de-cancro-hepatico-nos-homens"

sábado, 22 de maio de 2010

Anticoagulantes previnem reincidência do cancro da próstata

O uso de anticoagulante parece reduzir os riscos do cancro de próstata reincidir em doentes submetidos ao tratamento com radioterapia, segundo um estudo da Universidade de Chicago. O cancro da próstata é muito comum em homens mais velhos, que também apresentam maior risco de problemas cardiovasculares, precisando, muitas vezes, tomar anticoagulantes para reduzir os riscos de sofrer enfarte do miocárdio. Avaliando essa interacção, os investigadores descobriram que “tomar um anticoagulante reduz o risco (de recorrência do cancro) em quase metade”.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/patologias/31234-anticoagulantes-previnem-reincidencia-do-cancro-da-prostata"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Genética: criada primeira célula viva com genoma sintético


Craig Venter já tinha impressionado o mundo da ciência há 10 anos, ao apresentar o Mapa do Genoma Humano a Bill Clinton, na Casa Branca. Agora, o norte-americano voltou a fazer história ao criar a primeira célula viva com genoma artificial, noticia o DN. Esta será útil para a compreensão dos mecanismos da vida e produção de vacinas ou mesmo de ingredientes alimentares. “Este cromossoma - o elemento portador da informação genética - foi produzido a partir de quatro frascos de substâncias químicas e um sintetizador, e tudo começou com dados informáticos”, anunciou ontem o próprio, no instituto com o seu nome. Para Venter, esta descoberta é um “passo importante, científica e filosoficamente”. “Mudou o meu ponto de vista da definição de vida e do seu funcionamento”, acrescentou o cientista, cujo trabalho foi publicado na revista Science desta semana. Os investigadores construíram um “software genético” bacteriológico que foi transplantado para uma célula hospedeira, o que resultou numa célula sintética - isto apesar de só o genoma ser artificial. Depois copiaram o genoma bacteriológico existente. Sequenciaram o código genético e usaram máquinas sintéticas para construírem, quimicamente, uma cópia.

FONTE:"http://www.tribunamedicapress.pt/internacional/31245-genetica-criada-primeira-celula-viva-com-genoma-sintetico"